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Este Blog é um compilado de pesquisas, fatos históricos e curiosidades acerca de um dos mais importantes rios de Minas Gerais.
A intenção é reunir, em um único lugar, informações relevantes a respeito do Rio Paraibuna.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Medidas para Salvar o Paraibuna

Existem alguns projetos sendo executados no que tange a melhoria do sistema de tratamento de esgoto do Rio Paraibuna, sendo que a obra principal é a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) União-Indústria.

Essa estação está sendo construída no bairro Granjas Bethel. Segundo o diretor de Desenvolvimento e Expansão da Cesama, Marcelo Mello do Amaral, em entrevista concedida ao G1, o tratamento consiste em tirar toda a parte orgânica do esgoto, separá-la e nisso vai ser gerado um resíduo que será levado para um aterro sanitário.

A parte líquida, que é a água, vai ser devolvida para o rio. Esse esgoto chegará na estação através das tubulações que foram implantadas nas margens do Rio Paraibuna.

Segundo informações concedidas pela Central de Informações da Cesama, as obras seguem sendo realizadas em diversas frentes de trabalho na cidade, com implantação de interceptores ao longo das margens do Rio Paraibuna e a construção de elevatórias de esgoto. Já a ETE, está com 75% das obras concluídas.

As obras que se iniciaram em Julho de 2013, com previsão de término para Julho de 2015, sofreram atraso no cronograma e a previsão é de que sejam finalizadas em 2016. Tendo sido gasto, no total, um valor estimado de 130 milhões de reais.

A Cesama está investindo no tratamento do esgoto, para que o efluente coletado seja tratado e volte ao meio ambiente com menor ou quase nenhuma carga poluidora. A eficiência do tratamento é de aproximadamente 95% e, desta forma, além de preservar o meio ambiente e possibilitar o retorno de peixes, aves e diversos outros animais, o processo contribui para a diminuição de várias doenças veiculadas pela água, como verminoses, diarréia e cólera, entre tantas outras e, ainda, elimina o mau cheiro que atinge as localidades próximas a rios e córregos.

Por outro lado, a poluição de rios e córregos se dá, também, por meio de lixos, materiais e entulhos que são lançados nos cursos d'água. É aí que entra a participação da população, para que se conscientize e não utilize rios e córregos como lixeira. 

O lixo deve ser armazenado e separado corretamente para ser recolhido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb). Em hipótese nenhuma, ele deve ser descartados nos corpos hídricos.

Outra forma de contribuição da população para que o sistema de saneamento funcione bem é o correto direcionamento das águas de chuvas de seus imóveis. Esta água nunca deve ser direcionada para a rede de esgoto, pois causa sobrecarga nas tubulações e prejudica o processo de tratamento. 

As águas pluviais devem ser encaminhadas para as redes de drenagem pluvial.

Nesta primeira etapa, o tratamento pode chegar a 65%, sendo que o processo utilizado será o de reator UASB com tratamento anaeróbio. 

Entrevista: Rosa Maria, professora de Geografia

Entrevista com Rosa Maria Pereira Silva, professora de geografia da rede municipal de Juiz de Fora, sobre as obras de despoluição do Rio Paraibuna.

PARAIBUNAJF: Qual a importância do Rio Paraibuna despoluído para Juiz de Fora?

ROSA: Enfatizo que termos um rio despoluído, com sua extensão e que corta a cidade, é de grande importância e mostra como somos envolvidos com o meio ambiente e que melhoramos a infraestrutura, assim como abre portas para o turismo e respeita a primeira hidrelétrica da América Latina. Como exemplo, outras melhorias, seria voltarmos a pescar e melhorar a parte fluvial de nossa cidade.

(leia a história da primeira Usina Hidrelétrica da América Latina aqui)

PARAIBUNAJF: O que pode nos dizer sobre as obras de despoluição do Rio Paraibuna?

ROSA: Com base no projeto, verificamos que a despoluição do Rio Paraibuna é de grande importância para o município e para a população, pois existe um ganho na parte ambiental e de infraestrutura da cidade. Mas sabemos que o projeto foi elaborado há mais ou menos 4 anos e sua concretização variava em torno de 2 anos. A expectativa quanto ao projeto foi grande, mas sabemos que ele não foi concretizado no prazo, o que fica à dúvida se o projeto se torna ultrapassado diante da realidade do rio e da bacia. 

A cidade cresceu e tornamos a ter a dúvida se as tubulações e as interceptoras serão suficiente para absorver todo o material que a cidade produz. Portanto, o ganho real deste projeto deixa muitas perguntas.

PARAIBUNAJF: O que, em seu ponto de vista, a população pode contribuir para a manutenção das tubulações instaladas para despoluir o rio? 

ROSA: O foco é termos um rio despoluído, mas acredito que a população tem a sua responsabilidade e órgãos ambientais deveriam realizar campanhas para fiscalizar e cobrar a manutenção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), buscando sempre que as mesmas financiem corretamente para que não haja descaso com o projeto inicial já que passamos por várias administrações e o projeto ficou parado sem grandes movimentações de governos anteriores. 

Sabemos que o trabalho é a longo prazo, por isso, necessitamos da atenção para vermos uma melhora significativa do rio.

Poluição do Paraibuna - Esgoto Doméstico

O Rio Paraibuna sofre, também, com o despejo de esgoto doméstico. 

São despejados cerca de 1728 milhões de litros a cada 24 horas, segundo dados publicados em 2014 pelo site G1. De acordo com o ambientalista Wilson Acácio, a quantidade de esgoto jogado no rio equivale a uma população de 720 mil pessoas. 

"O rio não pode continuar recebendo essa carga, que é muito grande", diz Wilson. Segundo ele, as obras para aprimoramento do sistema de tratamento do esgoto doméstico é de extrema importância para o ecossistema do Rio Paraibuna e para o Rio Paraíba do Sul como um todo. 

Poluição do Paraibuna - Lixo

O Rio Paraibuna sofre com o descarte irregular de detritos em Juiz de Fora.

De acordo com dados publicados pela Cesama em 2010, são coletados, semanalmente, dez toneladas de pneus, sacolas plásticas, pedaços de madeira, caixas e restos de feira ao longo do trecho que corta Juiz de Fora.

A coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, explica que todos estes resíduos sólidos constituem o que é chamado de poluição difusa, que corresponde a 30% de todo o volume de lixo encontrado nos rios brasileiros.

“Isso é um reflexo de duas coisas: uma delas é a falta de gestão integrada de saneamento, isto é, uma integração entre os serviços de reciclagem, coleta seletiva e tratamento de água e esgoto. Outro ponto é a mudança de perfil do consumidor brasileiro: cada vez consumimos mais e geramos mais lixo”, diz Malu.

O coordenador do curso de engenharia sanitária e ambiental da UFJF, José Homero Soares, faz levantamentos periódicos da qualidade da água do rio, avaliando o grau de poluição das amostras. Apesar de ter concluído que o maior problema do Paraibuna está na falta de tratamento do esgoto domiciliar, o especialista constatou, durante a realização do estudo, que a má destinação dos resíduos sólidos é alarmante.

“O maior impacto no rio vem do lixo depositado em bocas de lobo e nas ruas, sobretudo no período de chuvas, que aponta para a falta de conscientização da população”, diz o coordenador.

Conteúdo Extra - A 1ª Usina Hidrelétrica da América do Sul

Com o crescimento da cidade de Juiz de Fora e a vinda dos imigrantes, trazendo a industrialização, o Rio Paraibuna destacou-se por seu potencial hídrico. Com as águas do Paraibuna, o industrial Bernardo Mascarenhas construiu a primeira Usina Hidrelétrica da América do Sul, inaugurada em 1889.


Esta primeira hidrelétrica chamava-se Marmelos Zero e produzia o suficiente para abastecer 1.080 residências na época. As águas da cachoeira de Marmelos transformaram Juiz de Fora na Manchester Mineira de Rui Barbosa.


A usina levantada às margens do Paraibuna acelerou o processo de desenvolvimento da técnica de produção de energia elétrica por meio de hidrelétricas no Brasil, que passou a olhar para seus rios como fonte de uma riqueza que iria além da pesca e mobilidade. 


A iniciativa da construção da primeira usina hidrelétrica do continente partiu do industrial mineiro Bernardo Mascarenhas, que, com objetivo de ampliar sua produção de tecidos, buscou por vários anos uma forma mais moderna e prática de movimentar os teares de sua empresa têxtil. 


Em 1878, depois de visitar a Exposição Universal de Paris, onde se encontrou com empresários de outros países e ficou conhecendo pesquisas e novidades tecnológicas desenvolvidas no exterior, Mascarenhas resolveu apostar na energia dos rios com forma de gerar energia.


Suas paredes foram edificadas com alvenaria de tijolos maciços aparentes, sobre embasamento de pedra, sendo vazadas por vãos com vergas em arcos abatidos em sequência ritmada. A cobertura de duas águas é recoberta por telhas francesas e tem os beirais ornamentados por lambrequim. Uma pequena torre de seção quadrada e telhado de quatro águas marca a construção.


Companhia Energética de Minas Gerais adquiriu a hidrelétrica em 1980. Em 1983, a Usina de Marmelos foi tombada pelo patrimônio municipal de Juiz de Fora e transformada em espaço cultural. Foi instalado na edificação da usina o Museu de Marmelos Zero, que desde 2000 é administrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora.


Importância do Paraibuna para JF - Abastecimento Energético

Aproximadamente 12,5% do abastecimento energético de Juiz de Fora é mantido pelas usinas do Rio Paraibuna, conhecidas como Joasal, Paciência e Marmelos, incorporadas pela CEMIG. 



Usina de Joasal
A Usina Hidrelétrica de Joasal é uma usina hidrelétrica brasileira localizada no município de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais.
A usina está instalada no rio Paraibuna, afluente do rio Paraíba do Sul. Sua operação iniciou-se no ano de 1950. Atualmente é operada pela Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (CEMIG).
barragem da usina possui 35 metros de comprimento e altura de 4 metros. A casa de força abriga cinco unidades geradoras, totalizando uma potência instalada de 8,4 MW.

Usina de Paciência
A Usina Hidrelétrica de Paciência é uma usina hidrelétrica brasileira localizada no município de Matias Barbosa, estado de Minas Gerais.
A usina está instalada no rio Paraibuna, afluente do rio Paraíba do Sul. Sua operação iniciou-se no ano de 1930. Atualmente é operada pela Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (CEMIG).1
barragem da usina possui 55 metros de comprimento e altura de 9 metros. A casa de força abriga três unidades geradoras, totalizando uma potência instalada de 4,08 MW.

Usina de Marmelos
A Usina Hidrelétrica de Marmelos foi a primeira grande usina hidrelétrica da América do Sul, inaugurada em Juiz de ForaMinas Gerais, no ano de 1889.
O empreendimento foi idealizado por Bernardo Mascarenhas, importante industrial de Juiz de Fora, fundador da Companhia Mineira de Eletricidade em 1888. A Usina de Marmelos foi projetada para atender não apenas as indústrias de tecidos do empresário, mas também para fornecer eletricidade à iluminação pública da cidade, antes alimentada a gás.
A usina está localizada no Rio Paraibuna, às margens da Estrada União e Indústria, outro importante marco da engenharia no Brasil no século XIX. O pioneirismo valeu a Juiz de Fora o título de "Manchester Mineira".
A crescente demanda por energia levou sucessivas expansões da usina, que atualmente conta com uma potência instalada de 4 MW, sendo portanto uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica), conforme a classificação adotada pela ANEEL atualmente.
Companhia Energética de Minas Gerais adquiriu a hidrelétrica em 1980. Em 1983, a Usina de Marmelos foi tombada pelo patrimônio municipal de Juiz de Fora e transformada em espaço cultural. Foi instalado na edificação da usina o Museu de Marmelos Zero, que desde 2000 é administrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Um Pouco de História #2

A estrada do Paraibuna deu origem à rua principal, atual Avenida Rio Branco. Em 1850, os fazendeiros começaram a ocupar em torno da Avenida, onde formou-se um comércio forte.

Em 1860 esta estrada também não suportava mais o trânsito, então o barbacenense Mariano Procópio, construiu a estrada União Indústria . Mas esta durou pouco tempo em seu apogeu por diversos problemas, caindo no esquecimento. Seis anos após sua construção, chega a ferrovia Dom Pedro II, conseguindo transformar Juiz de Fora em um Polo Industrial, facilitando o escoamento da produção cafeeira em Minas.

Com o crescimento da cidade e a vinda dos imigrantes, trazendo a industrialização, o Rio Paraibuna destacou-se mais uma vez por seu potencial hídrico. O industrial Bernardo Mascarenhas construiu a primeira Usina Hidrelétrica da América do Sul, inaugurada em 1889. As águas da cachoeira de Marmelos transformaram Juiz de Fora na Manchester Mineira de Rui Barbosa.

Até hoje 12,5% do abastecimento energético de Juiz de Fora é mantido pelas usinas do Rio Paraibuna, conhecidas como Joasal, Paciência e Marmelos.

A energia elétrica deu força para a industrialização da região. No fim do século XIX, Juiz de Fora já contava com 20 indústrias, destacando-se o Setor Têxtil. Mas com essa industrialização teve início a morte do Rio Paraibuna.

A cidade crescia sem se preocupar com o Paraibuna, que era considerado um rio muito tortuoso e que às vezes incomodava. Foram feitos vários aterros para maior comodidade da população. Modificando a calha do rio e diminuindo a sua vazão, principalmente na época das chuvas.

Foi nos anos de 1906 e 1940 que a população acordou para o que tinha feito ao rio. As enchentes tomaram conta das partes mais baixas da cidade, atingindo as regiões de Costa Carvalho, Largo do Riachuelo, Mariano Procópio, Avenidas Getúlio Vargas, Rio Branco, Francisco Bernardino e Praças João Penido e Antônio Carlos, chegando as águas a mais de 2 metros de altura.

Depois de 1940, a cidade de Juiz de Fora passou a fazer parte do programa especial de defesa contra enchentes e recuperações de vales, do governo federal. Então resolveram fazer a retificação do rio.

O Departamento Nacional de Obra e Saneamento modificou o curso do rio no perímetro urbano. O trabalho visou aumentar a declividade na zona urbana, expandindo sua capacidade de vazão de 120 para 340m³ por segundo, como se encontra até hoje. Após ultrapassar a área central da cidade, o rio segue seu curso normal.